Mesmo com quatro dias de greve, empresa e Prefeitura de Araucária não fazem nada para pagar salários atrasados

Trinta e três mil trabalhadores e usuários do transporte coletivo estão sendo prejudicados diariamente com a greve do transporte coletivo em Araucária. Contudo, a Prefeitura de Araucária, a CMTC (Companhia Municipal de Transporte Coletivo de Araucária) e os empresários parecem não estar muito preocupados com isso.

Enquanto motoristas e cobradores já amargam sete dias de atraso nos vales salariais, empresa e Prefeitura fazem jogo de empurra-empurra. A viação Tindiquera joga nas costas da Prefeitura e da CMTC. CMTC e Prefeitura jogam nas costas da empresa. Mesmo depois da paralisação ter chegado ao quarto dia, ninguém tomou absolutamente nenhuma medida para resolver o problema. Os trabalhadores continuam sem o seu salário.

A consequência dessa situação é o caos que se instalou na cidade. O prejuízo ao município, segundo estimativa do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), pode chegar até R$ 95,8 milhões, considerando o PIB diário local. A cada dia sem funcionar normalmente, a economia de Araucária deixa de gerar renda e impostos oriundos das atividades de seus comércios, indústrias e empresas prestadoras de serviço.

Ao todo, quatrocentos trabalhadores da Viação Tindiquera ainda não receberam seus vales salariais que, conforme determina a Convenção Coletiva de Trabalho (CCT) da categoria, deveriam ter sido pagos no dia 20.

Atrasos de salários tem sido frequentes na Viação Tindiquera. Em setembro desse ano, a empresa pagou os vales só depois de uma semana de atraso, após os trabalhadores terem deflagrado greve. Nos meses anteriores, a situação também se repetiu, tanto nos vales quanto nos salários.

 

Audiência nesta sexta-feira (28)

Ontem, quinta-feira (27), os trabalhadores sem salário da empresa Tindiquera fizeram uma passeata até a Prefeitura e ocuparam o prédio. Mais tarde fizeram protesto em frente à CMTC de Araucária.

Hoje, motoristas e cobradores entraram no quinto dia de mobilização. Não há determinação alguma de frota mínima e os ônibus estão circulando com catraca livre.

Uma audiência de conciliação, presidida pela desembargadora Marlene, do TRT PR (Tribunal Regional do Trabalho do Paraná), foi marcada para as 9h no TRT por solicitação do MPT (Ministério Público do Trabalho), com participação do Sindimoc, Prefeitura, CMTC, Viação Tindiquera e MTP.