Curitiba pode ter nova greve no transporte coletivo

 

Os motoristas e cobradores de Curitiba e Região Metropolitana e empresas que operam o sistema de transporte coletivo não chegaram a um acordo sobre o reajuste salarial dos trabalhadores. A contraproposta dos trabalhadores foi discutida em assembleia nesta segunda-feira (1). Na mesma reunião, foi aprovada uma paralisação caso o próximo pagamento dos trabalhadores sofra novo atraso.

As empresas propuseram, através do sindicato da categoria (Setransp), um reajuste proporcional à inflação dos últimos 12 meses – a inflação fechou 2015 em 10.67%, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Porém, os trabalhadores pedem 11% de reajuste salarial, R$ 500 no cartão alimentação e R$ 388 de abono – atualmente são R$ 415 para alimentação e R$ 350 de abono. Caso a inflação dos últimos 12 meses supere 11%, o valor do reajuste também seria alterado de acordo com o novo valor. Atualmente, o salário de um motorista de ônibus é de R$ 1.978,29 e do cobrador R$ 1.120,00.

O próximo pagamento dos motoristas deve ser feito nesta sexta-feira (5) e há possibilidade de greve a partir de sábado (6), caso os salários não sejam depositados. A paralisação também foi discutida e aprovada nesta segunda-feira (1).

O sistema de transporte público de Curitiba teve mais de dez paralisações no último ano, a maioria causada pelos atrasos nos pagamentos de salários e adiantamentos salariais.

AUMENTO DA PASSAGEM

A discussão sobre o reajuste acontece no mesmo dia em que a tarifa passou de R$ 3,30 para R$ 3,70 na capital, onde a Urbs é responsável pelo sistema, e teve aumentos ainda maiores na Região Metropolitana, onde o sistema é operado pela Comec. Em algumas cidades da RMC a tarifa chega a R$ 5,70.

O aumento motivou um protesto nesta terça-feira (2), que está sendo organizado por grupos estudantis. Eles pedem, além de uma tarifa mais acessível, a reintegração do sistema – que deixou de praticar os mesmos valores em Curitiba e Região Metropolitana no início de 2015 – e a quebra dos contratos e licitações com as empresas, seguida de uma reformulação do sistema.

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